Proporção de consumidores com dívidas atrasadas há mais de 3 meses atinge maior nível em quase 3 anos
Levantamento divulgado nesta quarta-feira (8) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostra que o endividamento se manteve estável em janeiro na comparação com dezembro. No entanto, a proporção de brasileiros com dívidas atrasadas há mais de três meses atingiu o maior patamar desde abril de 2020.
De acordo com a CNC, 78% das famílias brasileiras tinham dívidas a vencer em janeiro, mesma proporção registrada no mês anterior. Desse total, 16,9% consideravam-se muito endividados, a menor proporção para o indicador desde janeiro de 2022.
Na comparação com janeiro do ano passado, o endividamento avançou 1,9 ponto percentual. Mas, segundo a entidade, o indicador vem perdendo fôlego desde novembro.
“A evolução positiva do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a inflação mais moderada nos últimos meses são fatoreis que explicam o freio no endividamento. Na prática, eles melhoraram a renda disponível”, avaliou a CNC.
Inadimplência tem primeira queda após seis meses de alta
Ainda de acordo com o levantamento da CNC, a proporção de famílias com dívidas atrasadas caiu de 30,0% em dezembro para 29,9%. Foi o primeiro recuo do indicador após seis meses consecutivos de alta.
Mas quem tem dívidas mais antigas, no entanto, aparenta mais dificuldade de sair da inadimplência: 11,6% dos consumidores chegaram a janeiro sem condição de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores. A parcela de consumidores que atrasaram dívidas por mais de 90 dias chegou a 44,5 % dos inadimplentes, a maior proporção desde abril de 2020.
O brasileiro utilizou 30,1% da renda de janeiro para pagar apenas as dívidas, proporção menor do que a de dezembro (30,3%) e a mesma de janeiro do ano passado.
Fonte: G1